É missão de todos nós...
Desde 1985, o Dia Nacional da Juventude (DNJ) convoca toda a juventude a assumir sua missão. Este ano, o tema é Juventude e Meio Ambiente. E o lema: “É missão de todos nós. Deus chama: quero ouvir a sua voz”.
São 22 anos de existência do DNJ. Tempo de discussões férteis entre os grupos de todo o Brasil. Nossa missão nesses anos tem sido: promover o protagonismo juvenil, defender vida digna para jovens, reivindicar os direitos da juventude, olhar para o jovem como sujeito de direitos e realidade teológica - lugar de manifestação divina.
Acreditamos no Deus da Vida e na Vida como um todo. Queremos anunciar a boa nova aos jovens e denunciar as causas de morte da juventude e do meio ambiente. Sabemos em quem colocamos nossa esperança (1 Tm 4, 10), e sabemos quem e o que destrói nossa aliança. Assim o DNJ é momento de anúncio e denúncia, tempo de plantar e de colher, tempo de sonhar e de viver, tempo de sorrir e fazer acontecer.
Fazer acontecer está nas mãos de cada um e cada uma que assume para si a missão de co-criador do meio ambiente e da juventude.
Deus Chama...
O DNJ 2007 dá continuidade para as reflexões e ações que foram feitas durante o ano na Campanha da Fraternidade, Semana da Cidadania e Semana do Estudante, organizada pela PJB, todas trazendo os desafios das questões ambientais.
O projeto do Pai sempre foi o cuidado com a criação e o cuidado com a casa e com o bem comum. Porém, hoje, o modo de vida consumista e predatório não tem esse cuidado e a conseqüência disso são os grandes estragos e tragédias na civilização e no meio ambiente. Se não atendermos ao chamado de mudanças para um modelo de civilização em que predomine a sustentabilidade ambiental, social e a justiça econômica, deixaremos para nossos filhos um planeta destruído e a fé na vida desiludida.
Deus nos chama à missão de co-criador. Não podemos deixar a vida da juventude e do meio ambiente escorregar pelos nossos dedos. Deus pergunta: “Onde está o teu irmão”? Onde está a minha criação? A resposta podemos dar nesse Dia Nacional da Juventude, promovendo a vida da juventude e do meio ambiente.
Quero Ouvir a sua Voz...
O DNJ é mais um dia de entoarmos nossa voz. Vamos fazer ecoar a vida dos 47 milhões de jovens brasileiros. Mostrar nossos rostos, sonhos, luta, garra e ousadia.
Celebremos a vida da juventude e a vida do planeta. Sintonizemos nossa canção ao canto dos pássaros, à brisa do vento, ao cheiro da terra molhada, ao perfume das flores, à leveza do ar e à correnteza dos rios.
Que no DNJ a voz da juventude seja a voz do Cerrado, dos Pampas, da mata atlântica, do Pantanal, da Caatinga, da Amazônia e de todas as formas de vida. Vamos dizer: “é missão de todos nós. Deus chama; quero ouvir sua voz”.
Silvano S. da Silva
Secretário Nacional
Pastorais da Juventude do Brasil - PJB
"Se a política eleitoral e a ação dos mandatários são as principais ferramentas de promoção do bem comum numa sociedade democrática, não dá para dizer que o Cristão que assume verdadeiramente a sua fé pode deixar de lado a política, uma vez que esta também é um importante instrumento de instauração da justiça social. "
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
O futuro das CEBs e as CEBs do futuro
Sabemos das inúmeras polêmicas em torno das chamadas “manipulações” do documento de Aparecida, e uma das causas de tantas discussões foram as suas referências às CEBs. Perpassando os textos com olhar mais simples e desarmado, no entanto, encontramos a respeito, inúmeras referências positivas. O texto reconhece com gratidão os esforços de tantas mulheres e homens que deram um autêntico testemunho de serem discípulos missionários, verdadeiros samaritanos, repletos de compaixão pelos sofredores que ficam excluídos do festivo banquete da vida plena. O número 178 é um belo exemplo do valor que as Igrejas da América Latina e do Caribe vêm dando às CEBs. Convém apresentá-lo, quase que na íntegra: “ Na experiência eclesial de algumas Igrejas da América Latina e do Caribe, as Comunidades Eclesiais de Base têm sido escolas que ajudam a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor, como o testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos de seus membros ... Puebla constatou que as pequenas comunidades, sobretudo as comunidades eclesiais de base, permitiram ao povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação da fé dos adultos; no entanto, também constatou “que não tem faltado membros de comunidade ou comunidades inteiras que, atraídas por instituições puramente leigas ou radicalizadas ideologicamente, foram perdendo o sentido eclesial”.
Agora, a questão: Qual o futuro das CEBs e qual as CEBs do futuro?
As CEBs só terão futuro se tiverem como modelo a comunidade que deu certo: a TRINDADE. Também terá que se inspirar, com a criatividade suscitada pelo Espírito Santo, no ícone de toda comunidade cristã, pintado por Lucas, nos Atos dos Apóstolos com as mãos das muitas preces e o pincel da vívida experiência das comunidades apostólicas: “Perseveravam na doutrina dos apóstolos, na união fraterna, na fração do pão e nas orações... O Senhor aumentava cada dia mais número dos que entravam no caminho da salvação” At 2,42.47b.
Por que a Trindade? – Porque é a comunidade no seu sentido mais profundo: a “perfeiticíssima” Comunhão das pessoas divinas no Laço do Amor. Cada pequena comunidade abeberando-se da Palavra de Deus, dia após dia, vai conhecendo o Senhor e se abrindo à sua vontade, sendo, pouco a pouco, cimentada na força do amor. O Espírito Daquele que morreu para fazer de todos os povos um só povo (Cf Ef 2,14) penetrará nas profundezas dos corações dos seus membros, pulverizando o desejo de lucro e de poder, incinerando em sua chama o egoísmo, enfim, suscitando a santa ânsia de comunhão, de participação e de missão. Ressoa o documento no número 240 “ Uma autêntica proposta de encontro com Jesus Cristo deve estabelecer-se sobre o sólido fundamento da Trindade-Amor...A experiência batismal é o ponto de início de toda espiritualidade cristã que se funda na Trindade”.
Têm futuro as CEBs que se radicalizarem no discipulado, que se tornarem “escolas de discípulos e missionários do Senhor” ( cf 178). Essa radicalização é, essencialmente, viver as Bem-aventuranças, abraçando integralmente o projeto do Pai. É, portanto, seguimento de Cristo com um ardor sempre renovado, purificado na intimidade da leitura orante das Sagradas Escrituras. Sem recostar a cabeça no peito de Jesus para abeberar-nos na fonte das misericórdias, da graça, seremos platéia passiva e não companheiros e amigos Dele. É do amor a Cristo que nasce o amor potente à sua esposa, a Igreja. A Epístola aos Efésios afirma com total clareza que Ele –Jesus – ama a Igreja. As CEBs discípulas e missionárias só terão futuro se, à semelhança do Senhor, a amar com a intensidade com que a amaram Paulo, Francisco, Teresa, Oscar Romero, Luciano, Carol, etc,.
Têm futuro as CEBs que se envolverem na Missão, que olha para além das paredes de sua capela, matriz, sala de estar de um simples lar. Há uma vasta seara a ser ceifada. Há um mundo se contorcendo nas dores de um parto e um monstro sendo concebido na violência, injustiça, trevas, desespero. Só o Cordeiro é capaz de nos mostrar o sentido profundo de nosso existir e o Caminho a seguir.
Têm futuro as CEBs que se empenharem na causa do Reino, denunciadoras, à luz da fé cristã e católica, de tudo o que fere a dignidade humana, mas ao mesmo tempo saibam apontar caminhos de esperança. Precisamos de CEBs cada vez mais proféticas, que não tenham medo de se empenhar na dura luta pela defesa da vida, desde o seu primeiro instante até o seu declínio natural, na denúncia de todas aquelas injustiças que obscurecem o “rosto divino das mulheres e dos homens” travando-lhes o desenvolvimento integral. Para isto, olhando o rosto, a vida de Jesus, somos chamados a adquirir um olhar cada vez mais compassivo. Sem paixão pelo rosto de Cristo, escondido nas faces sofridas e vincadas de nossa gente, nunca seremos discípulos e missionários. Sem paixão por Jesus e sua Igreja não será possível evangelizar, não passaríamos de ventríloquos de uma notícia que só produz tédio e depressão.
É o pequenino, mas atuante, profético, missionário, samaritano rebanho de discípulos e discípulas – “Não temais pequenino rebanho” – o futuro das CEBs e as CEBs do futuro.
Ah! Como eu sonho com este futuro e, sem ser pretensioso, penso ser este o sonho de Deus . Os textos de Is 61,1-2; Lc 4, 18-19 estão a me indicar isso. Agora Aparecida está avalizando nossos sonhos: o do Pai e o do Filho, porque o Espírito Santo já arregaçou suas mangas e começou a obra. Pois é Dele que mais necessitamos, no fundo dos corações e nos músculos dos braços, para sairmos de nossa mesmice e marasmo. Aparecida tem que acontecer!
Agora, a questão: Qual o futuro das CEBs e qual as CEBs do futuro?
As CEBs só terão futuro se tiverem como modelo a comunidade que deu certo: a TRINDADE. Também terá que se inspirar, com a criatividade suscitada pelo Espírito Santo, no ícone de toda comunidade cristã, pintado por Lucas, nos Atos dos Apóstolos com as mãos das muitas preces e o pincel da vívida experiência das comunidades apostólicas: “Perseveravam na doutrina dos apóstolos, na união fraterna, na fração do pão e nas orações... O Senhor aumentava cada dia mais número dos que entravam no caminho da salvação” At 2,42.47b.
Por que a Trindade? – Porque é a comunidade no seu sentido mais profundo: a “perfeiticíssima” Comunhão das pessoas divinas no Laço do Amor. Cada pequena comunidade abeberando-se da Palavra de Deus, dia após dia, vai conhecendo o Senhor e se abrindo à sua vontade, sendo, pouco a pouco, cimentada na força do amor. O Espírito Daquele que morreu para fazer de todos os povos um só povo (Cf Ef 2,14) penetrará nas profundezas dos corações dos seus membros, pulverizando o desejo de lucro e de poder, incinerando em sua chama o egoísmo, enfim, suscitando a santa ânsia de comunhão, de participação e de missão. Ressoa o documento no número 240 “ Uma autêntica proposta de encontro com Jesus Cristo deve estabelecer-se sobre o sólido fundamento da Trindade-Amor...A experiência batismal é o ponto de início de toda espiritualidade cristã que se funda na Trindade”.
Têm futuro as CEBs que se radicalizarem no discipulado, que se tornarem “escolas de discípulos e missionários do Senhor” ( cf 178). Essa radicalização é, essencialmente, viver as Bem-aventuranças, abraçando integralmente o projeto do Pai. É, portanto, seguimento de Cristo com um ardor sempre renovado, purificado na intimidade da leitura orante das Sagradas Escrituras. Sem recostar a cabeça no peito de Jesus para abeberar-nos na fonte das misericórdias, da graça, seremos platéia passiva e não companheiros e amigos Dele. É do amor a Cristo que nasce o amor potente à sua esposa, a Igreja. A Epístola aos Efésios afirma com total clareza que Ele –Jesus – ama a Igreja. As CEBs discípulas e missionárias só terão futuro se, à semelhança do Senhor, a amar com a intensidade com que a amaram Paulo, Francisco, Teresa, Oscar Romero, Luciano, Carol, etc,.
Têm futuro as CEBs que se envolverem na Missão, que olha para além das paredes de sua capela, matriz, sala de estar de um simples lar. Há uma vasta seara a ser ceifada. Há um mundo se contorcendo nas dores de um parto e um monstro sendo concebido na violência, injustiça, trevas, desespero. Só o Cordeiro é capaz de nos mostrar o sentido profundo de nosso existir e o Caminho a seguir.
Têm futuro as CEBs que se empenharem na causa do Reino, denunciadoras, à luz da fé cristã e católica, de tudo o que fere a dignidade humana, mas ao mesmo tempo saibam apontar caminhos de esperança. Precisamos de CEBs cada vez mais proféticas, que não tenham medo de se empenhar na dura luta pela defesa da vida, desde o seu primeiro instante até o seu declínio natural, na denúncia de todas aquelas injustiças que obscurecem o “rosto divino das mulheres e dos homens” travando-lhes o desenvolvimento integral. Para isto, olhando o rosto, a vida de Jesus, somos chamados a adquirir um olhar cada vez mais compassivo. Sem paixão pelo rosto de Cristo, escondido nas faces sofridas e vincadas de nossa gente, nunca seremos discípulos e missionários. Sem paixão por Jesus e sua Igreja não será possível evangelizar, não passaríamos de ventríloquos de uma notícia que só produz tédio e depressão.
É o pequenino, mas atuante, profético, missionário, samaritano rebanho de discípulos e discípulas – “Não temais pequenino rebanho” – o futuro das CEBs e as CEBs do futuro.
Ah! Como eu sonho com este futuro e, sem ser pretensioso, penso ser este o sonho de Deus . Os textos de Is 61,1-2; Lc 4, 18-19 estão a me indicar isso. Agora Aparecida está avalizando nossos sonhos: o do Pai e o do Filho, porque o Espírito Santo já arregaçou suas mangas e começou a obra. Pois é Dele que mais necessitamos, no fundo dos corações e nos músculos dos braços, para sairmos de nossa mesmice e marasmo. Aparecida tem que acontecer!
D. Paulo Francisco Machado
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Juiz de Fora/MG
terça-feira, 23 de outubro de 2007
JOVENS DISCIPULOS MISSIONÁRIOS DO SENHOR
Como sendo a grande maioria da população brasileira,os Jovens representam um potencial enorme para opresente e para o futuro de nossa nação, seguindo ospassos do Mestre como discípulos e missionários doSenhor Jesus. No documento de Aparecida, encontramosalguns traços fundamentais da identidade do jovemhoje, cuja personalidade se caracteriza pela doação,generosidade e serviço aos mais necessitados. “Osjovens são sensíveis a descobrir sua vocação a seramigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser“sentinelas da manhã”, comprometendo- se na renovaçãodo mundo à luz do Plano de Deus. Não temem osacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim umavida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados aservir a seus irmãos, especialmente os maisnecessitados. Têm capacidade para se opor às falsasilusões de felicidade e aos paraísos enganosos dasdrogas, do prazer, do álcool e de todas as formas deviolência. Como discípulos missionários, as novasgerações são chamadas a transmitir a seus irmãojovens, sem distinção alguma, a corrente da vida queprocede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade,construindo a Igreja e a sociedade”(Doc Aparecidan.443).O terceiro milênio pertence aos jovens, expressão deBento XVI, cujo convite deixou os jovens no Pacaembu,em maio deste ano, vibrantes e cheios de motivação aseguir os caminhos do seguimento de Jesus. Por isso,celebrando o Dia Nacional da Juventude, no próximodomingo, os jovens e as jovens de nossas dioceses sereunirão nas paróquias e regiões nas regiõespastorais, em concentrações diocesanas, enfim, dasmais variadas formas para atar laços de fé e decompromisso na defesa da ecologia, da terra, do ar, daágua, refazendo o chamado a serem “cuidadores” dacriação,dom de Deus para os homens e mulheres. Nabusca de concretizar o grande amor e generosidadepalpitante no coração de cada jovem, se refaz ocompromisso de co-responsabilidade na defesa da vida eda vida da natureza.Na expectativa de despertar o sentido de união eparticipação de todos os jovens, o Dia Nacional daJuventude é uma ocasião ímpar para impulsionar essameta tão necessária nos dias de hoje. Ninguém faz nadasozinho, somo seres criados em comunidade e para acomunidade. Por isso, penso que uma das metas maisdesafiadoras da evangelização da juventude está nainclusão de todos jovens como protagonistas do novo,que deve nascer neste mundo em decadência. Ninguémsabe quando, mas só nascerá se for gestado na comunhãoe na unidade de todos, no seguimento de Jesus, comodiscípulos missionários à luz dos Evangelhos. Dói ocoração de qualquer um de nós ao ver “que inúmerosjovens de nosso continente passam por situações que osafetam significativamente: as seqüelas da pobreza, daexclusão, da forte carga de alienação, vitimas dasnovas propostas religiosas e pseudo-religiosas, dacrise familiar produzindo carências afetivas econflitos emocionais”(Doc Aparecida n. 444). Por isso,o caminho que levará todos, à dignidade de filhos efilhas de Deus está no “encontro pessoal com JesusCristo vivo e seu seguimento na Igreja, à luz do Planode Deus, que lhes garanta a realização plena de suadignidade de ser humano, que os estimule a formar suapersonalidade e lhes proponha uma opçãovocacional.. .”(Doc. Aparecida n.446b). Desejo que todos vocês, jovens, cresçam e amadureçamna fé, mergulhem cada vez mais no conhecimento deJesus, na leitura orante dos evangelhos, naaproximação e descoberta da “beleza da Eucaristiadominical” que os leve a encontrar nela “Cristo e omistério fascinante da Igreja”. Como rezou o Papa emAparecida: “Fica conosco Senhor, acompanhai nossascrianças e nossos jovens que são a esperança e ariqueza de nosso Continente; protegei-os de tantasinsídias que atentam contra a sua inocência e contrasuas legítimas esperanças.
Dom Anuar Battisti – Arcebispo de Maringá/Bisporeferencial da juventude Regional Sul II
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